Arroz de "Caracóis" à Lombos - Casa de Santar Branco 93 (Mai.18)
Antes de mais começo com um "disclaimer", ou melhor dois:
1) É arroz de Gambas e não de Caracóis. O trocadilho deve-se a estarmos na altura em que muitos restaurantes, cafés, "snack-bares" (Escreve-se assim com o novo acordo?), casas de pasto, etc incluem este animal irrequieto nas suas ementas. Como de tudo se faz arroz, também deve existir por aí um prato de arroz de caracóis (genuíno)
2) É "à Lombos", porque foi feito nos Lombos e embora coma caracóis se "mos puserem à frente" com uma "jola", gosto mais de gamba fresca do Algarve.
Gambas:
Posto isto ... agarrei em 300g de gamba fresca do Algarve e reservei algumas inteiras para decoração. Tirei as cabeças e as cascas das restantes e preparei um caldo com elas (cerca de 30 minutos a cozer).
Cortei, em 3 ou 4 pedaços, as caudas das gambas descascadas que temperei com sal e limão.
Arroz:
Fiz um puxado de cebola em brunesa, alho esmagado e picado, folha de louro, que deixei alourar. Juntei polpa de tomate e um jalapeño vermelho seco e cortado em juliana fina, e deixei fritar 3 a 4 minutos. Acrescentei o arroz carolino e depois de este também fritar um pouco, refresquei com vinho branco.
Quando o vinho evaporou, adicionei o caldo de camarão (2,5 vezes o volume do arroz para ficar "malandrinho") e deixei cozer. No final da cozedura, acrescentei as caudas de camarão cortadas e envolvi.
As cabeças e cascas de Gambas frescas do Algarve proporcionam um caldo intenso e carregado de côr, bastante superior ao caldo feito a partir de camarão congelado. Por vezes, faço uma variante deste prato, optando por saltear em azeite e alho, as caudas de camarão, em vez de as cozer no arroz. Neste caso, junto-as apenas depois de o arroz já estar cozido.
Casa de Santar 1993 (Br)
1993 foi um ano vitivinicola fraco um pouco por toda a parte em Portugal. No entanto, quando vi a cor dourada do vinho na garrafa, fiquei logo com esperança que valeria a pena arriscar na compra. Sorri ainda mais quando abri a garrava pois a côr dourada era cristalina e brilhante. O nariz dominado por notas terciárias minerais e de frutos secos, exibia ainda algumas notas frutadas de damasco e ananás. Mas é na boca que este vinho evindecia toda a sua "juventude", sempre tenso e firme ao longo de todo o palato, reforçando as notas minerais e terminando fresco e incisivo.
Por curiosidade, o caderninho com a descrição dos vinhos do produtor Garrafa, indicava que as castas utilizadas eram Encruzado e Barcelo! Viva o Dão!!!